sábado, 12 de setembro de 2015

She is like cold coffee*

      Eu sempre gostei muito de café, mas sempre me vem a imagem de gente mais velha e entendida tomando café é quase como se fosse preciso uma graduação pra aprender a apreciar a bebida, esse pensamento é um tanto curioso vindo de mim que o amo tanto mas depois vejo que minha estranheza é igual milhões de estranhezas por ai e talvez eu nem seja tão estranha assim, isso me assusta, eu gosto da ideia de ser estranha, mas o que me torna assim se sou só uma adolescente como outra qualquer? O que me tornaria estranha se café é a bebida favorita da maioria de meus amigos, e olha, tenho amigos. Talvez minhas vontade de ser diferente e me destacar por isso seja tão grande que eu acabo por ser só mais um ser comum procurando pela sua diferença em meio de tantas cabeças iguais.
        Mas seria estranho se eu contasse que mais do que amar café por seu sabor e aroma, eu o amo pela ideia de intelectualidade que ele me traz? Enquanto leio ou escrevo com uma xícara da bebida amarga ao meu lado sempre me sinto um Einstein, mas não, não acho que isso me torne diferente, porque muitas pessoas concordam comigo que café combina com livros, é como Johnny e June, o par perfeito e vamos e viemos, nada é tão lindo como a marca de café deixada em livro sem querer, eu sou uma grande protetora dos livros não me leve a mal, mas torna a cena mais poética e te traz um sentimento de tempos diferentes, quase como se você vivesse na época da Beatlemania e estivesse sentada lendo, fazendo a revolução com a mente, já que hoje em dia essa é a revolução que funciona, sinto inveja daquela época em que a mente já parecia ser formada e as pessoas sabiam o verdadeiro motivo pelo qual se fazer uma revolução.
       Hoje tudo parece piada, enquanto eles pregavam amor pelo fim da guerra do Vietnã, nós, digo minha geração, prega ódio e a volta dos costumes que fizeram ser necessário se pregar o amor em gerações passadas, AMOR, algo que deveria ser normal, que ninguém deveria pedir, mas infelizmente não é assim que a banda toca nos dias atuais, talvez ai se encaixe minha estranheza será que sou a única que acho que pessoas do bem que pregam ódio, não são pessoas do bem? Será que sou a única que enxergo poesia e amor em algo tão amargo como café e tão cansativo como livros?
      Talvez se enxergássemos as diferenças com mais amor, talvez eu acharia mais fácil acreditar que sou estranha mesmo e que ser estranho é lindo, assim como aquela marca de café no livro de história que nos trás os acontecimentos do passado e clama para que nunca mais se repita. Talvez eu esteja sendo um tanto fria não pensando nas coisas boas que já aconteceram na história, mas são as ruins que me preocupam, as ruins que me assustam e as ruins que aos poucos estão voltando.
       Ao fim de tudo isso,me convenço que café é só uma bebida como qualquer outra, pois até quem não sabe ser estranho, ou não sabe amar pode tomar também essa bebida que me aquece o coração e me faz amar. Talvez eu seja um copo de café frio, encarando a realidade assim, mas não é ela que quero pra mim.



       *Ela é igual café frio

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