quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Não quero mais escrever sobre dor

   É sempre tão mais fácil escrever o que se sente do que falar. Já me senti em pedaços algumas vezes e na maioria corri para o papel e para a caneta. Que dupla salvadora, sempre pagando pelos meus sentimentos, descobrindo todos meus segredos e guardando só para si, e ficando de lado esquecido.
    Fazia tempo que não fazia mais isso de desabafar com o papel, mas andei  precisando nos últimos dias, mas hoje decidi que não quero mais escrever sobre dor, um dia tudo passa se tivermos coragem de não desistir, sei que parece mais fácil falar do que fazer, eu mesmo já cheguei perto algumas vezes de jogar tudo para o alto, mas sempre tem alguém ou algo pelo qual vale a pena continuar tentando, sei também que existem casos piores que o meu e as vez a solidão é a única companhia que se tem, mas então pega ela e dança como diria o grande Marcelo.
    Eu sei que o fim do mundo chega algumas vezes, mas deixa eu contar um segredo, ele é redondo e não tem fim, assim como a beleza de um sorriso arrancado depois de algumas lágrimas, e as vezes, o fim do mundo pode ser realmente lindo, pode ser o lugar que se sonha conhecer, ou um oceano com peixinhos bonitinhos nadando, pode ser o infinito do céu que mesmo quando está cinza tem a chuva que o torna belo, igual a vida, mesmo quando está cinza, ainda existe algo que te faça chover pra lavar sua alma e levar as tristezas para um bueiro. Algo que te faça sorrir.
    Então não irei mais escrever sobre dor porque só descobri que tudo passa, quando peguei o papel velho no fundo de uma gaveta esquecida, li e dei risada do quanto tudo parecia bem agora que meus problemas com certeza são maiores do que do dia que escrevi e vamos e viemos, haja árvores para se fazer de papel de problema, pode até virar poema, mas nada tão lindo quanto rima de um sorriso, deixa a árvore em paz para ouvir nossas dores enquanto passeamos na sombra de um parque.

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