segunda-feira, 14 de março de 2016

Tropeços

Bem do dicionário:
s.m. Aquilo que é bom, agradável;
 o que causa alegria e felicidade: 

   Que ironia que é vida. Foi engraçado quando eu estava contando que quase fui derrubada por três vezes hoje nas escadas da vida e ao escrever que estava distraída, o corretor me sugeriu destruída. fez todo sentido, passei olhando para o chão, mas não vi os degraus que quase me derrubaram, notei também que talvez merecesse esses tombos, de cara na realidade.
Sempre me achei boa, boa amiga, boa namorada, boa filha, boa cidadã, boa pessoa. Mas olhando para trás, eu vejo que não sou nada disso. Foi engraçado quando a ficha caiu que aqueles quase tombos significavam mais do que só minha distração. Foi meu cansaço, minha exaustão de tentar ser algo que não sou, de tentar fazer bem, quando o mal se espalha dentro de mim e me consome por dentro. Aquela escuridão sabe? Aquela que engole a gente por inteiro. Eu sempre tentei ser a melhor em tudo mas ultimamente só tenho obtido falhas, é horrível quando se afasta alguém que se gosta por se importar demais, ter medo de mais e por tentar ajudar, mas é pior ainda quando essa pessoa vai embora sem notar os seus pedidos discretos de socorro.
   Então um dia me classifiquei como alguém do bem, eu  sorria para estranhos, desejava bom trabalho, lutava pela igualdade dos sexos, e pelos direitos de negros, gays e das classes menos favorecidas. Mas no final, o que é o bem, se não consigo curar as minhas dores e muito menos as dores de quem amo? De que adianta agradar estranhos se ao meu redor a vida está desmoronando e quem se importa está muito longe para me ajudar a segurar?
   Eu continuo tropeçando e tropeçando, quase caio, levanto a cabeça e sorrio e então tropeço novamente e mais uma vez meus olhos se voltam para o chão. Como fazer esse loop de tristeza parar? 
  Sinto saudade das minhas asas, acompanhadas de sonhos, sinto saudade de fazer o bem, de ser o bem e estar bem. Mas hoje me sinto mal.

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